O papel das citocinas na ginecologia: implicações para a saúde da mulher
July 04 , 2024
Sendo uma importante substância bioativa, o papel e o poder das citocinas no corpo humano têm sido amplamente reconhecidos. Desde doenças infecciosas e hematologia até oncologia, a aplicação de citocinas tem demonstrado seu poderoso monitoramento e potencial terapêutico. Na prática clínica ginecológica, a detecção de citocinas é uma importante ferramenta auxiliar de diagnóstico, que ajuda os médicos a avaliar o estado imunológico, o grau de inflamação e o desenvolvimento da doença dos pacientes, além de fornecer uma base importante para a formulação de planos de tratamento precisos e eficazes.
1. Diagnóstico de aborto de repetição
1.1 Perfil de citocinas durante a gravidez
Dependendo das alterações no perfil de citocinas que ocorrem durante a gravidez, elas podem ser divididas em três fases distintas.
Durante a primeira fase imunológica da gravidez, as citocinas pró-inflamatórias promovem a resposta inflamatória necessária para a implantação. No segundo estágio, as mudanças de citocinas pró-inflamatórias para antiinflamatórias criam uma relação simbiótica entre os componentes maternos e fetais, garantindo o desenvolvimento fetal. No terceiro estágio, a inflamação e as citocinas atuam novamente para fortalecer o ambiente inflamatório do parto.
Na segunda fase da gravidez, as alterações dos fatores pró-inflamatórios e antiinflamatórios são constantemente dinâmicas, o que é essencial para a manutenção da gravidez. Um estudo prospectivo comparando os perfis de citocinas associadas à inflamação e quimiocinas que levam ao aborto espontâneo desde a data da transferência do blastocisto até 7 semanas de gestação descobriu que os perfis de citocinas séricas foram semelhantes durante o período de implantação (ET+0 dias a ET+9 dias) em aborto espontâneo subsequente e gestações não abortadas. O espectro a partir de TE+16 dias apresentou diferença significativa, com aumento significativo das citocinas pró-inflamatórias IL-17, IFN-γ e TNF-α no grupo aborto, e aumento contínuo das citocinas anti-inflamatórias IL -10 e TGF-β1 no grupo saudável.
1.2 Reavaliando o papel das citocinas
A IL-17 é secretada pelas células T auxiliares 17 (Th17) e medeia a inflamação e a destruição tecidual, e de todas as 12 citocinas medidas, a IL-17 é o parâmetro mais sensível para distinguir mulheres com aborto espontâneo. Esta diferença foi observada já em ET+16 dias (equivalente a 5 semanas de gestação), sugerindo que a superprodução pode estar associada à falha na manutenção da gravidez.
IFN-γ é uma citocina pró-inflamatória produzida por várias células do sistema imunológico. O aumento do IFN-γ na fase inicial favorece a fixação e adesão dos embriões. A redução do IFN-γ na fase tardia é crítica, porque o IFN-γ pode inibir a invasão de trofoblastos extravilosos, aumentando a apoptose e diminuindo a atividade da protease, de modo que a superexpressão pode levar ao aborto espontâneo.
2. Diagnóstico e tratamento da adenomiose com infertilidade
A adenomiose refere-se à invasão das glândulas endometriais ativas e do estroma no miométrio normal, acompanhada de hipertrofia, hiperplasia e fibrose das células miometriais circundantes, que é uma doença ginecológica comum em mulheres em idade fértil. A infertilidade ocorre quando uma mulher teve relações sexuais normais sem contracepção durante pelo menos 12 meses sem gravidez. Nos últimos anos, devido à melhoria contínua do nível de diagnóstico, cada vez mais pacientes com infertilidade têm sido detectados com adenomiose no processo de diagnóstico e tratamento, e a correlação entre adenomiose e infertilidade tem recebido cada vez mais atenção.
3. Vigilância e prognóstico do câncer cervical
O desequilíbrio de Th1 e Th2 pode exacerbar a infiltração de macrófagos, monócitos e neutrófilos, e as citocinas podem promover a atividade das células antigênicas, e quando a atividade celular é anormal, pode promover a ativação anormal das células T, resultando em disfunção imunológica e aumentando a capacidade de invasão das células cancerígenas. A expressão aberrante dos fatores IL-4 e IL-6 associados às células Th2 pode levar a alterações anormais nas células epiteliais cervicais. O desequilíbrio Th1/Th2 fará com que a função do sistema imunológico do corpo seja suprimida, promovendo o escape imunológico das células cervicais. Alguns estudiosos na China descobriram que o valor Th1/Th2 de pacientes com câncer é inferior ao de pessoas saudáveis. Neste estudo, a análise de indicadores de pacientes com câncer cervical em diferentes estágios clínicos constatou que quanto mais tardio o estágio clínico, mais grave é a expressão anormal de IFN-γ, IL-2, IL-4 e IL-6, o que sugere ainda mais a relação entre cada fator imunológico e a condição dos pacientes com câncer cervical.
Na prática clínica, as alterações de citocinas relacionadas a Th1/Th2 em pacientes com câncer cervical podem ser monitoradas para realizar diagnósticos e planos de tratamento precocemente para melhorar o prognóstico dos pacientes.